Claro que não vou atrás de pessoas quando estou carente. Carência eu mato com bichinho de pelúcia (sim, eu só os abraço) e doses cavalares de vodca. E é no auge da bebedeira que eu penso: peludinhos, não preciso de vocês! E então saio atrás de presas.
Adoro fazer isso em noites de folga. Sem compromisso, e total liberdade de escolha. Aí é só colocar aquele vermelhinho básico, e seguir a direção que meus hormônios apontam. Sinto-me no cio. Aliás, sempre achei que meninas também entrassem no cio. Só que falar cio é deselegante. Há épocas em que as mulheres têm a libido mais acentuada. E a minha quase explode quando bebo... sabe aquilo de sentir tudo pulsando, que dá vontade de tirar a roupa, sair correndo e se enfiar dentro de um fogão com um pão amanhecido (leiam enrijecido) dentro?
E é aí que eu não gosto de carne na carne. Eu gosto de carne fundida na carne, aquela embolação toda e eu, deliciosa, por cima. Então esqueço que não tenho mais forças, e dou aquele ronronado alto e egoísta.
Essa é a parte dos fogos. E a luz do túnel não é branca coisa nenhuma, é pink cor-das-minhas-sandálias-novas, e sussurram “arrasa, Cherry!”.
Fazer o quê? Aí a Cherry arrasa mesmo. Arrasa a cama, arrasa o menino, arrasa o menino do menino e arrasa o teto espelhado do apê – vidraceiro muito pedaçudo o meu, por sinal.
Depois disso, é só chamar a ambulância “ele é meu primo, já táva assim quando cheguei”, comer cerejas frescas e assistir ao Diário de Bridget Jones, na tevê.